O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), pode deixar Israel nesta segunda-feira (16), como parte de um grupo de autoridades brasileiras que deverá ser escoltado pelas Forças de Defesa de Israel até a Jordânia.
A informação foi divulgada pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG – foto em destaque), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel.
Desde o início da escalada do conflito entre Irã e Israel, Cícero permanece em Tel Aviv aguardando a definição de uma rota segura de saída. O plano em discussão prevê a travessia terrestre até a Jordânia, com apoio diplomático da embaixada do Brasil e de autoridades israelenses.
Até o momento, nem o Itamaraty nem a embaixada de Israel confirmaram oficialmente a operação.
Riscos
Apesar de ser considerada uma alternativa viável à evacuação aérea, a saída terrestre de Israel rumo à Jordânia envolve uma série de riscos diante do atual cenário de conflito. O deslocamento pelas rodovias israelenses pode ser vulnerável a ataques com foguetes, drones ou bloqueios inesperados, sobretudo caso haja movimentação de milícias ligadas ao Irã ou grupos extremistas. Mesmo sob escolta das Forças de Defesa de Israel (IDF), os comboios civis ficam expostos a imprevistos ao longo do trajeto, principalmente até a fronteira. A operação também depende de plena coordenação diplomática e militar entre Israel, Jordânia e os países de origem dos evacuados, o que exige negociações rápidas e eficientes em meio à tensão crescente.
Outro fator de preocupação é a possibilidade de fechamento de fronteiras em caso de agravamento súbito da crise, o que poderia interromper o trânsito de comboios de evacuação. Além disso, a instabilidade na região, com a atuação de grupos como Hezbollah, milícias xiitas no Iraque e na Síria, e facções na Cisjordânia, amplia o grau de incerteza sobre a segurança do trajeto. Embora a Jordânia ofereça hoje uma relativa estabilidade, o deslocamento até o país vizinho ainda impõe riscos logísticos, como a exposição prolongada ao calor extremo e a necessidade de permanecer por longas horas em comboios rodoviários sujeitos a alertas de segurança.